Por Janaina Pereira, de Veneza
O estilista Tom Ford ganhou fama ao revitalizar a Gucci, e surpreendeu o mundo cinematográfico quando, em 2009, lançou seu primeiro filme, A Single Man (no Brasil foi lançado com o pitoresco título Direito de Amar, mesmo nome de uma novela global). Foi no Festival de Veneza que Ford conquistou respeito no disputado meio da sétima arte, e foi em Veneza que ele chegou nesta sexta, 2, para concorrer novamente ao Leão de Ouro. Dessa vez, com roteiro (adaptação do livro Edward e Susan) e direção ainda mais primorosos. Sete anos depois, Ford está em Veneza novamente de olho no Leão – e no Oscar.
Com Amy Adams em atuação eletrizante, e Jake Gyllenhal primoroso, além de um elenco de coadjuvantes maravilhosos, o longa conta a história da curadora Susan que, ao receber o manuscrito do ex-marido Edward, repensa sua vida enquanto lê a trama. O filme mostra, portanto, a história de Susan e do livro, e por mais que isso fique bem claro, muitos jornalistas boiaram na sessão para imprensa. Talvez esse seja o motivo das vaias que o filme levou: muita gente não entendeu.
Mas, para mim, Nocturnal Animals é um filme bem fácil de compreender, adulto, com imagens fortes e uma direção de arte impecável. Fotografia e figurino também dão um show. E Ford, uma figura carismática e inteligentíssima longe das passarelas e das telonas, mostrou que ainda é possível fazer bons filmes com estilo e elegância.
Veja a seguir mais alguns comentários sobre o filme.