Por Janaina Pereira, de Veneza
Recebido na sessão da imprensa com vaias, Hacksaw Ridge, o drama de guerra dirigido por Mel Gibson, causou polêmica, especialmente entre a imprensa italiana, que apontou o longa como racista.
Não dá para esperar outra visão que não seja tendenciosa, vindo da parte dos americanos. Mas este nem é o maior problema do filme: as sequências minuciosas mostrando a dilaceração dos soldados, e alguns momentos de heroísmo duvidoso do protagonista vivido por Andrew Garfield, causam desconforto.
O filme, exibido fora de competição, narra a difícil missão de um socorrista americano, que vai à Segunda Guerra esperando salvar vidas, e se recusa a usar armas. A contradição da ideia de salvar vidas em um ambiente de morte, por si só, é muito boa. A direção de Gibson é segura. Mas a forma como a trama é contada, gera controvérsias.
Apesar disso, Gibson desfilou simpatia na coletiva de imprensa, tirando qualquer má impressão que ele causou em suas últimas aparições públicas, especialmente em festivais, onde sempre é arredio. Dessa vez, o ator foi atencioso, e dividiu com o sempre solícito Andrew Garfield a atenção dos jornalistas.