Por Janaina Pereira, de Veneza
Úmica mulher na mostra competitiva do Festival de Veneza, a cineasta Ana Lily Amirpour passou por maus momentos na coletiva de hoje, quando conversou sobre seu filme, The Bad Batch, com os jornalistas. O longa, recebido com vaias pela crítica, mostra uma jovem vivendo em uma espécie de prisão a céu aberto, na fronteira dos EUA com o México. Nesse lugar sem lei, ela é mutilada por um grupo que pratica canibalismo para sobreviver. A cineasta foi bastante questionada pelo tema, a violência
Embora o tema seja indigesto por si só, Ana Lily consegue fazer um filme pop e contemporâneo, com trilha sonora que ‘fala’ com seus personagens, imagens áridas de um mundo onde todos lutam para sobreviver de alguma maneira. Se de um lado vemos os canibais, do outro o povo ‘do bem’ come somente macarrão e venera O Sonho , um homem que encanta multidões com sua conversa fiada, uma música entorpecente e um pouco de drogas para anestesiar a galera.
Talvez o mundo ainda não esteja preparado para The Bad Batch. Mas eu estou: gostei do filme, achei ousado e fugindo do lugar comum.