Por Janaina Pereira

Em 2014, fiz uma reportagem para a GQ Brasil sobre as personagens mais poderosas do cinema. No Dia Internacional da Mulher, em homenagem a essas atrizes maravilhosas, que continuam ganhando menos que os homens e lutando cada vez mais por igualdade; e também às personagens femininas, nem sempre presentes nos filmes e também lutando para se destacar nas tramas, vou relembrar algumas delas, mas especificamente as minhas cinco preferidas!

Gilda (Gilda, 1946)

Peço desculpas a Marilyn Monroe, mas a personagem mais sensual da história do cinema foi interpretada por Rita Hayworth. Gilda se tornou maior do que a própria atriz, que era constantemente chamada pelo nome de seu papel mais famoso. “Os homens dormem com Gilda, mas acordam com Rita Hayworth”, dizia.

Sedutora, era disputada pelos homens mas não se dobrava a eles, assumindo as rédeas de sua própria vida em uma época onde isso era pouco comum às mulheres. Foi a protagonista da cena antológica de um strip-tease em que tira somente uma das luvas, cantando Put the Blame on Mame. Você pode até nunca ter visto esse filme, mas com certeza lembra desse momento!

Os cartazes do filme na época aclamavam: ‘nunca houve uma mulher como Gilda’. Eterna Gilda, Eterna Rita. Adoro!!!

 

Princesa Leia Organa (Star Wars, 1977/1980/1983/2015)

Carrie Fisher faleceu no final do ano passado, deixando inconsoláveis os fãs de sua melhor personagem, a princesa Leia da saga Star Wars. É a minha personagem preferida dos filmes de ficção-científica, e na minha opinião, a maior heroína do cinema (duvido que a Mulher Maravilha, que eu amo nos quadrinhos, conquiste tal posto).

A personagem de  Fisher é a líder da Aliança Rebelde e luta contra o Império de Darth Vader em uma das séries mais cultuadas do cinema. Aparentemente delicada, entra firme e forte nas batalhas intergalácticas, com tanta desenvoltura como briga com Han Solo, seu amor-bandido.

Uma das primeiras personagens femininas da ficção científica a colocar as mãos na massa na hora de defender seu povo e seus ideais. E ainda tinha aquele figurino pouco convencional para uma heroína (vamos abafar o polêmico biquíni e ficar atentos aos vestidos longos e o icônico cabelo).

 

Jessica Rabbit (Uma cilada para Roger Rabbit, 1988)

Não existe mulher mais bela do que Jessica Rabbit! Impossível não admirar a esposa do coelho mais querido das animações (depois do Pernalonga, claro). Segundo Robert Zemeckis, diretor do longa Uma Cilada para Roger Rabbit, onde Jessica surge pela primeira vez, a ideia ao criar a personagem era mostrar que uma mulher pode ser sexy sem ser vulgar. Conseguiu, né?

Jéssica é o primeira desenho sexy simbol.  Com a voz sedutora de Kathleen Turner, e uma aparência que mistura Lauren Bacall, Rita Hayworth e Veronica Lake, a personagem não passa desapercebida. É uma homenagem as divas do cinema dos anos 1940.

Sexy e cheia de glamour, mas ao mesmo tempo inteligente e forte, faz de tudo para proteger o marido. Lá nos anos 1980 ela já representava a mulher moderna como poucas.

 

Lisbeth Salander (Os homens que não amavam as mulheres, 2009/2012)

A esquisitona da lista. Vivida por Noomi Rapace (na versão sueca) e Rooney Mara (na versão americana), é uma hacker esperta, de jeito bruto e poucas palavras. À primeira vista parece frágil, mas tem uma força maior do que seu corpo andrógino demonstra.

Sua aparência nada convencional, na verdade, esconde uma mulher ferida pela vida. Cheia de mistérios – que incluem problemas na justiça e abusos sexuais – teria tudo para se fazer de vítima, mas recusa este papel.

É uma das melhores personagens femininas dos últimos tempos, porque consegue expressar as dificuldades de ser mulher em uma sociedade machista. Única e inesquecível.